Iniciar um curso de Medicina é muito mais do que entrar em uma faculdade: é mergulhar em um novo modo de pensar, sentir e agir. Para mim, essa jornada tem sido uma verdadeira reviravolta de vida. Vindo da área de exatas e tecnologia, encontrei na Medicina um universo completamente novo — exigente, mas profundamente recompensador.
Neste post, compartilho um pouco da minha experiência no primeiro período de Medicina, minhas principais descobertas e aprendizados, e como cada disciplina me ajudou a enxergar a profissão de uma forma mais humana e inspiradora.
🔍 Anatomia I: o corpo em detalhes
Anatomia foi, sem dúvida, a disciplina que mais me chamou a atenção logo de cara. Aprendi que ela não é exclusiva da medicina — outros cursos também a estudam —, mas na graduação médica, a profundidade é outra.
Estudamos cada osso, músculo, veia e artéria do corpo humano. O fêmur, por exemplo, o maior osso do corpo, tem inúmeras estruturas com nomes específicos: côndilos, linhas, tuberosidades… Tudo tem um nome, uma função, uma razão de ser.
Foi desafiador, mas incrivelmente gratificante. Percebi que a medicina, embora extensa, é mais palpável que as exatas. Isso torna o estudo mais intuitivo e, por que não, mais prazeroso.
👶 Embriologia: a beleza da formação da vida
Embriologia foi outra matéria que me encantou. Estudamos desde a fecundação até o nascimento, incluindo as complicações que podem surgir no desenvolvimento embrionário.
É fascinante entender como um ser humano se forma dentro do outro, como o corpo da gestante se adapta e como tudo acontece de maneira tão coordenada. Essa disciplina me fez refletir muito sobre a complexidade da vida e como parece difícil que tudo isso seja obra do acaso.
Aliás, pretendo escrever em breve sobre religião e medicina — acho que vai render uma boa conversa.
🧪 Bioquímica: compreendendo o corpo por dentro
Bioquímica é famosa por assustar muitos alunos, mas confesso que me surpreendi positivamente. Estudei metabolismos, vias bioquímicas, e como elas se relacionam com doenças como diabetes e obesidade.
Um amigo médico me disse algo que ecoou: “Se as pessoas tivessem um estilo de vida saudável, mais de 90% das doenças poderiam ser evitadas.” Não sei se é uma estatística comprovada, mas a bioquímica me mostrou o quanto há de verdade nisso.
O médico deve ser exemplo — como dizia meu pai: “a palavra convence, mas o exemplo arrasta.”
🧬 Bases Celulares e Genética: o micro que define o macro
Tive contato com bases moleculares e celulares com uma professora incrível, que usava casos clínicos para mostrar como os medicamentos atuam em nível celular. Foi ali que comecei a sentir a essência da medicina — como é possível ajudar pessoas conhecendo esses mecanismos.
Genética também foi um destaque. Sempre gostei da área, e revê-la agora com olhos clínicos foi fascinante. Aprendi como o corpo tem mecanismos de defesa contra tumores e como estes, por sua vez, sabem contornar essas defesas. Tudo muito complexo e muito bonito.
🚑 Urgência e Emergência: o primeiro contato com a prática
Tivemos uma introdução a urgência e emergência — conteúdo que, em parte, eu já havia visto durante meu tempo no exército. Aprendemos sobre hemorragias, queimaduras, afogamentos e primeiros socorros.
Foi um primeiro passo, é claro. Ninguém sai do primeiro período sabendo reanimar alguém. Mas foi o suficiente para me fazer sentir mais próximo da realidade médica. Essa é a área que, para muitos, transborda a essência da medicina: salvar vidas em situações críticas.
Há até uma série que retrata bem isso: The Pitt. Recomendo!
🏥 Saúde Pública e Ética: a medicina além da clínica
Visitamos postos de saúde da cidade e conversamos com pacientes. Foi impactante perceber como o jaleco — mesmo sendo de um estudante do primeiro período — muda a forma como as pessoas te veem. Há respeito, confiança, e isso vem com uma responsabilidade enorme.
Além disso, tivemos matérias como Ética e Espiritualidade e Métodos de Pesquisa. Esta última não é a minha preferida, mas é fundamental. O médico precisa produzir ciência, participar de congressos, estar sempre atualizado.
E sobre ética e espiritualidade… bem, esse assunto rende um post à parte. Em breve!
💭 Conclusão: cada dia mais perto, cada dia mais longe
Estou agora no segundo período, mas olhar para trás me enche de gratidão e admiração pela jornada. Sinto que estou cada dia mais perto de me tornar médico, mas também cada dia mais consciente do quanto ainda não sei.
Quase tudo é novidade. Quase tudo é belo. A medicina tem sido uma experiência transformadora, não apenas academicamente, mas humanamente.
E se você está pensando em seguir esse caminho ou tem curiosidade sobre como é — espero que este relato tenha ajudado de alguma forma.
Até a próxima!
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